Fonte: Jorge Nicola / Yahoo
Foto: Alexandre Vidal
O pagamento de prêmios voltou a causar polêmica no Flamengo, como havia ocorrido durante a disputa do Mundial de Clubes, em dezembro do ano passado. Um funcionário rubro-negro revelou ao Blog que, dias atrás, antes da pausa nas competições, houve uma reunião em que Bruno Spindel anunciou mudanças na forma do pagamento dos bichos dos funcionários. Procurado, Spindel não quis comentar o assunto.


Importante: a decisão não diz respeito aos atletas profissionais. Somente a funcionários do departamento de futebol, como roupeiros, massagistas, fisioterapeutas, fisiologistas, seguranças, supervisor... A intenção do Flamengo é acabar com os bichos por vitória para toda essa turma.


Até 2019, eles ficavam com 30% do prêmio destinado a jogadores. No Brasileirão, por exemplo, cada vitória do Fla (desde que o time estivesse entre os quatro primeiros colocados) rendia entre R$ 800 e R$ 2 mil aos funcionários, de acordo com uma escala criada internamente.

A partir de agora, somente os atletas, Jorge Jesus e seus auxiliares terão direito a bicho por vitória. Todos os demais receberão somente por títulos. E tais prêmios serão de acordo com o salário de cada um. Essa foi uma das causas da confusão durante o Mundial - o presidente Rodolfo Landim, o vice Luiz Eduardo Baptista, o Bap, o CEO Reinaldo Belotti e a chefe do RH, Roberta Tanure, defendiam o modelo do mundo corporativo, em que nenhum funcionário pode ganhar oito, nove ou dez vezes mais em um prêmio na comparação com seu salário.

Os títulos da Libertadores e do Brasileirão fariam com que alguns rubro-negros do baixo escalão faturassem até R$ 140 mil de bicho, mas os prêmios foram bastante achatados e renderam, neste caso, menos de R$ 30 mil. Houve outras situações como de funcionários que embolsariam R$ 26 mil e faturaram só cerca de R$ 3 mil.

A chateação interna também tem a ver com o fato de os auxiliares indicados por Jorge Jesus - são sete - não terem perdido suas bonificações. O contrato do treinador prevê que 5% dos prêmios a que ele tem direito por títulos sejam repassados para cada um de seus sete assistentes.

Os bichos por vitória também seguem mantidos para esse pessoal, graças ao contrato de Jorge Jesus. É que o parágrafo 4, da cláusula 11, que trata sobre os prêmios por produtividade da comissão técnica, diz: “Além dos prêmios acima descritos, cada um dos membros da comissão técnica terá direito a receber todos os outros prêmios que venham a, eventualmente, ser criados pelo clube”.

João de Deus, Tiago Oliveira, Mário Monteiro, Marcio Sampaio, Rodrigo Araújo, Gil Henriques e Evandro Mota faturaram, cada um, 75 mil euros pelo título da Libertadores, além de 50 mil euros pela taça do Campeonato Brasileiro, no ano passado.